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Daniela D. Ferro

2.2.2 - A Criação e os Nove Mundos da Mitologia Nórdica

Atualizado: 24 de jun.




trecho palestra:

Todos os mitos falam de 2 universos. Na mitologia Nórdica falam de histórias antes da criação do universo material.

A criação teria se dado no universo anti-material


O nosso universo só passou a ser conhecido pelos seres antimateriais a partir do momento em que MohenSo propôs o Projeto Talm (trazer vida para este universo material)


Antes do Ragnarok Odin capturou bestas criadas por loki há 500 milhões de anos e os aprisionou em dois locais deste universo. Um no planeta Marte e um no planeta Terra.


Nosso universo material era chamado de Midgard e se localizada no centro entre os 9 mundos.


6 bilhões de anos surge o Projeto Talm com o objetivo de trazer a vida para o universo material e Odin tentou transformar nosso universo em prisão de bestas e monstros de outras dimensões (criaturas que existiam pelo erro da Trimurti que criava novas gerações de seres para destruir os que estavam obstaculando os processos. Usando nosso universo como lixo.


Muitos seres em Asgard foram criados para destruir seres problemáticos que estavam nos mundos inferiores. Nesta época os portais não estavam abertos. Em seus psiquismo rodavam logaritmos que não os permitia VOLTAR ATRÁS A ALGUMA DECISÃO. Mesmo que acarretariam consequencias terríveis que pudessem até os destruir. Eles não possuem nenhuma avaliação no campo das consequências.


Eles sabiam que o Ragnarok seria inevitável.


COSMOLOGIA NÓRDICA



Fonte: Livro de Neil Gaiman - Mitologia Nórdica


Antes do princípio, não havia nada — nem terra, nem paraíso, nem estrelas, nem céu —, existia apenas o mundo feito de névoa, sem forma nem contorno, e o mundo feito de fogo, eternamente em chamas.






Ao norte ficava Niflheim, o mundo escuro. Nele, onze rios venenosos cortavam a névoa, originários do mesmo poço em seu núcleo, o turbilhão barulhento chamado Hvergelmir. Niflheim era mais frio que o próprio frio, com uma névoa cerrada e turva encobrindo tudo.


Os céus eram ocultados pelas brumas, e o chão era encoberto pelo nevoeiro gelado.

Ao sul ficava Muspell. Muspell era fogo. Tudo lá ardia e queimava. Muspell era brilhante, e Niflheim, cinzento; tão diferentes quanto lava derretida e gelo.



A terra ardia com o calor ruidoso da fornalha de um ferreiro. Não havia terra sólida, não havia céu. Nada além de fagulhas e jatos de calor, rochas derretidas e brasas.




Em Muspell, no limite do fogo, onde a névoa se transforma em luz, onde a terra termina, ficava Surt, que existia antes dos deuses. Ele está lá agora. Surt carrega uma espada flamejante, e, para ele, a lava borbulhante e a névoa congelante são como um.


Sabe-se que no Ragnarök, no fim de tudo, e só então, Surt deixará seu posto.

Ele sairá de Muspell com sua espada flamejante e espalhará o fogo pelo mundo, e, um a um, os deuses cairão diante dele.




II

Entre Muspell e Niflheim havia o vazio, um lugar sem forma, uma lacuna de nada. Os rios do mundo feito de névoa escoavam para esse vazio, que era conhecido como Ginnungagap, a “garganta do abismo”. Ao longo de um tempo imensurável, os rios venenosos se solidificaram e, pouco a pouco, formaram enormes geleiras na região entre o fogo e a névoa. Ao norte, o vazio era preenchido de névoa congelada e calotas de gelo, mas, ao sul, mais próximo do mundo feito de fogo, as brasas e fagulhas de Muspell encontravam as geleiras, e ventos mornos da terra em chamas deixavam o ar acima do gelo suave e agradável como um dia de primavera.


No lugar onde o gelo e o fogo se encontravam, o gelo começou a derreter, e, nas águas derretidas, a vida floresceu: a criatura tinha a forma de uma pessoa maior do que mundos inteiros, mais alta do que qualquer gigante que já existiu ou existirá. Não era homem nem mulher, mas os dois ao mesmo tempo.


Esse ser era o ancestral dos gigantes. Ele chamava a si mesmo de Ymir.


Ymir não foi a única vida gerada pelo derretimento do gelo: uma vaca sem chifres, muito maior do que nossa mente pode conceber, também surgiu. A vaca lambia os blocos de gelo salgado para se nutrir, e quatro rios de leite fluíam de suas tetas. Era esse leite que alimentava Ymir.


O gigante bebia o leite, e crescia.






Ymir batizou a vaca de Audhumla.



A língua rosa da vaca lambia os blocos de gelo, e deles surgiram pessoas. No primeiro dia, deixou à mostra apenas o cabelo de um homem; no segundo, a cabeça; então, no terceiro, a forma completa foi revelada.


Esse homem era Buri, o ancestral dos deuses.


Ymir dormia, e, em seu sono, deu à luz. Um gigante homem e uma gigante mulher nasceram de debaixo de sua axila esquerda, e um gigante de seis cabeças nasceu de suas pernas. Dos filhos de Ymir descendem todos os gigantes.


Buri escolheu para si uma esposa entre esses gigantes, e eles tiveram um filho, que chamaram de Bor. Bor desposou Bestla, filha de um gigante, e, juntos, tiveram três filhos: Odin, Vili e Ve.



Odin, Vili e Ve, os três filhos de Bor, chegaram à idade adulta. Enquanto cresciam, viam ao longe as chamas de Muspell e a escuridão de Niflheim, mas sabiam que ir a qualquer um desses lugares seria morte certa. Os irmãos estavam presos para sempre em Ginnungagap, o vasto vazio entre o fogo e a névoa. Era como não estar em lugar algum.



Não havia mar nem areia. Não havia grama, pedras, terra, árvores, céus ou estrelas. Naquele tempo não havia mundo, não havia céu e não havia terra. O vazio não ficava em lugar algum: era apenas um espaço sem nada esperando para ser preenchido com vida e existência.


Chegara o momento da criação. Ve, Vili e Odin se entreolharam e discutiram sobre o que deveria ser feito, ali no vazio de Ginnungagap. Falaram sobre o universo, sobre a vida e sobre o futuro.


Odin, Vili e Ve mataram o gigante Ymir. Era necessário. Era a única forma de criar os mundos. Isso foi o princípio de todas as coisas, a morte que tornou toda a vida possível.


Os três apunhalaram o enorme gigante. Sangue irrompeu do cadáver de Ymir em quantidades inimagináveis. Rios de sangue salgado como o mar e cinza como os oceanos jorraram numa torrente tão repentina, tão poderosa e tão profunda que varreu e afogou todos os gigantes. (Apenas dois — Bergelmir, neto de Ymir, e sua esposa — sobreviveram, subindo em um tronco que os carregou como um barco. Todos os gigantes que existem e tememos hoje são descendentes deles.)





A partir da carne de Ymir, Odin e os irmãos moldaram a terra. Seus ossos foram empilhados para formar montanhas e desfiladeiros.


Toda rocha e todo seixo, toda areia e todo cascalho que vemos hoje foram criados a partir dos dentes e dos fragmentos de ossos de Ymir, quebrados e esmagados por Odin, Vili e Ve durante a batalha contra o gigante.


Os mares que rodeiam os mundos são o sangue e o suor de Ymir.



Ao erguer os olhos para o céu, contemplamos o interior do crânio do gigante.


As estrelas que vemos à noite, os planetas e todos os cometas e estrelas cadentes são fagulhas que escapam das chamas de Muspell. E as nuvens? Já

foram o cérebro de Ymir, e quem pode dizer o que elas estão pensando, mesmo agora?


O mundo foi feito no formato de um círculo plano e, ao seu redor, está o oceano.


Os gigantes vivem na periferia, próximos aos mares mais profundos.


Para manter os gigantes afastados, Odin, Vili e Ve ergueram um muro a partir dos cílios de Ymir, construindo-o em torno da parte central do mundo. Eles batizaram de Midgard tudo que havia dentro desse muro.


Mas Midgard não era habitada. Tinha belas paisagens, porém ninguém caminhava por suas campinas nem pescava em suas águas cristalinas, ninguém explorava as montanhas rochosas nem contemplava as nuvens no céu.



Os irmãos sabiam que nenhum mundo é mundo até ser habitado. Os três vagaram por todos os lugares, procurando por sinais de vida, mas nada

encontraram. Até que, na orla de seixos à beira do oceano, se depararam com dois troncos lançados ali pelas marés.


O primeiro era um tronco de freixo. O freixo é uma árvore bela e flexível, de raízes profundas. A madeira é boa para entalhar e não quebra nem racha. Do freixo, fazem-se bons cabos de ferramenta ou hastes de lança.



O segundo tronco estava bem ao lado do primeiro na praia, tão perto que os dois quase se tocavam, e era um tronco de olmo. O olmo é uma árvore graciosa, mas sua madeira é rígida o bastante para ser transformada em tábuas e vigas resistentes. Com o olmo, é possível construir uma casa ou um salão.


Os deuses pegaram os dois troncos. Colocaram-nos de pé na areia, da altura de uma pessoa. Odin os segurou e, um de cada vez, soprou a vida para dentro deles. Agora não eram mais troncos mortos em uma praia. Estavam vivos.



Vili deu-lhes vontade própria, deu-lhes inteligência e motivação. Então podiam se mover, e desejar.

Ve esculpiu os troncos. Deu a eles a forma humana. Esculpiu suas orelhas, para que então pudessem ouvir; seus olhos, para que então pudessem ver; e seus lábios, para que então pudessem falar.

Os dois troncos na praia agora eram duas pessoas nuas. Ve esculpira um deles com genitais masculinos, então decidira esculpir o outro como uma mulher.


Os três irmãos fizeram roupas para a mulher e para o homem, para que se cobrissem e se mantivessem aquecidos naquele borrifo gelado do mar, naquela

praia à beira do mundo.


Finalmente, deram nomes às pessoas que tinham criado: chamaram o homem de Ask, que significava freixo, e a mulher, de Embla, ou olmo.


Ask e Embla foram o pai e a mãe de toda a humanidade: todo ser humanobdeve sua vida a seus pais, e aos pais deles, e aos pais que vieram antes dos pais deles. Se voltarmos o bastante no passado, descobriremos que deles descendem

as famílias de todos nós.



Embla e Ask fizeram de Midgard seu lar, na segurança por trás do muro que os deuses ergueram com os cílios de Ymir. Lá, construíram suas casas, protegidos de gigantes e monstros e de todos os perigos à espreita nas terras selvagens.


Em Midgard, os dois puderam criar seus filhos em paz.



É por isso que Odin é chamado de Pai de Todos.


Porque ele foi pai dos deuses,be porque soprou a vida nos avós dos avós de nossos avós. Quer sejamos deuses ou mortais: Odin é o pai de todos nós.











Ginnungagap


Ginnungagap ou Ginungagape, na mitologia nórdica, ("aparente vazio" ou "enorme buraco") era o vasto abismo que existia entre Niflheim e Muspelheim antes da criação. Era tão profundo que nenhum olho mortal era capaz de ver o seu limite.

Ao norte deste, as gélidas temperaturas de Niflheim, a sul, o insuportável calor de Muspelheim. No princípio dos tempos, os dois reinos encontravam-se em Ginnungagap; e onde calor tangia o frio excessivo, as gotas desta derreteram-se formaram a sustância eitr, que se abreviou em vida na forma do gigante Ymir, pai de todos os gigantes de gelo.



Niflheim

Na mitologia nórdica, Niflheim ("mistland" ou "reino da névoa") o mundo do frio, da névoa e da neve, situado acima da fonte Hvergelmir, no nível inferior de Yggdrasil e ao lado de Hel e Muspelheim.

Participou juntamente com Muspelheim, o reino de fogo, da criação de Midgard, do vazio primordial de Ginungagap. Será de lá que, no Ragnarök, sairá o navio dos mortos, Naglfari, conduzido pelo deus Loki.

Local onde a neblina se condensa aquecida pelos ventos quentes soprados diretamente de Muspelheim. A névoa faz de Niflheim um mundo de ilusão, um estado indefinido entre o tangível e o intangível, o real e o irreal, o repouso antes do começo.

Em Niflheim existe um dragão chamado Nidhogg. Ele roe as raizes mais fundas da árvore do mundo, Yggdrasil, com o objetivo de a destruir, aguardando o Ragnarök.

Em alguns trechos da mitologia nórdica é dito que as raízes mais profundas da árvore Yggdrasil estão enterradas nesta região. É também em Niflheim que reinam os Nibelungos.



Origem de Helheim

NIFLHEIM: A terra congelada de Niflheim existia antes do universo conhecido ser criado. Localizava-se entre as raízes de Yggdrasil e era envolta em escuridão ("Reino das Névoas"). Em seu centro, havia uma fonte gelada (Hvergelmir), mãe de vários rios. Tornou-se o reino de Hel, deusa dos mortos (Helheim). Lá também morava a serpente Nidhogg, bem aos pés do freixo, que se alimentava da carne dos cadáveres da encosta Nastrond e roía as raízes da árvore para destrui-la.





Élivágar - rios de Ginnungagap


Na mitologia nórdica , Élivágar ( ondas de gelo ) são rios que existiram em Ginnungagap no início do mundo. The Prose Edda relata:

Os riachos chamados de ondas de gelo, aqueles que vinham há tanto tempo das nascentes das fontes que o veneno do fermento sobre eles havia endurecido como a escória que escorre do fogo, estes então se tornaram gelo; e quando o gelo parou e parou de escorrer, então congelou acima. Mas a chuva garoa que subia do veneno congelou em geada , e a geada aumentou, geada sobre geada, uma sobre a outra, até mesmo em Ginnungagap, o Vazio Bocejante. Gylfaginning.


Os onze rios tradicionalmente associados ao Élivágar incluem o Svöl, Gunnthrá, Fjörm, Fimbulthul, Slidr , Hríd, Sylgr, Ylgr, Víd, Leiptr e Gjöll (que flui mais próximo ao portão de Hel e é atravessado pela ponte Gjallarbrú ), embora muitos outros rios adicionais são mencionados pelo nome em ambos os Eddas.


O Élivágar também está na origem de Ymir , o primeiro gigante . De acordo com Vafthrúdnismál , Ymir foi formado a partir do veneno que gotejava dos rios.


Em Gylfaginning , Snorri expande consideravelmente essa noção. Conforme citado acima, quando a levedura venenosa do Élivágar congelou e se espalhou por suas margens, caiu como chuva no ar ameno de Ginnungagap. A geada, infundida com o frio de Niflheim, do qual os


Élivágar encontram sua fonte na fonte Hvergelmir , começou a preencher o vazio. Em seguida, combinou-se com o fogo e calor vitalizadores de Muspelheim , derretendo e gotejando e dando forma a Ymir, progenitor dos gigantes de gelo ou gigantes do gelo.


Em outro lugar, Gylfaginning diz que, "Tantas serpentes estão em Hvergelmir com Nídhögg que nenhuma língua pode lhes dizer." Essas serpentes são provavelmente a fonte do veneno ou veneno mencionado no mito.

Val-halla

partir de nórdico antigo Valhöll "salão dos mortos") é um majestoso, enorme corredor localizado em Asgard , governado pelo deus Odin . Escolhidos por Odin, metade daqueles que morrem em combate viaja para Valhalla após a morte, liderada por valquírias , enquanto a outra metade vai para o campo da deusa FreyjaFólkvangr .


Em Valhalla, os guerreiros mortos se juntam às massas daqueles que morreram em combate (conhecidos como Einherjar ) e vários heróis e reis germânicos lendários , enquanto se preparam para ajudar Odin durante os eventos de Ragnarök .


Diante do corredor está a árvore dourada Glasir , e o teto do corredor é coberto por escudos dourados.


Várias criaturas vivem ao redor do Valhalla, como o cervo Eikþyrnir e a cabra Heiðrún , ambos descritos como estando no topo do Valhalla e consumindo a folhagem da árvore Læraðr .




Valhalla é atestado na Poética Edda , compilada no século 13 a partir de fontes tradicionais anteriores, na Prosa Edda (escrita no século 13 por Snorri Sturluson ), em Heimskringla (também escrita no século 13 por Snorri Sturluson) e em estrofes de um poema anônimo do século 10 comemorando a morte de Eric Bloodaxe conhecido como Eiríksmál conforme compilado em Fagrskinna . Valhalla inspirou várias obras de arte, títulos de publicações e elementos da cultura popular , e se tornou um termo sinônimo de salão marcial (ou não) dos mortos escolhidos.



NOVE MUNDOS NÓRDICOS

Não há uma clara definição sobre quais seriam os mundos da mitologia nórdica, pois muitos se sobrepõem e vários nomes são utilizados, designando, normalmente, o mesmo lugar.


Diferentemente de outras culturas mitológicas, na nórdica não há uma clara definição sobre os lugares que, as vezes, são separados por mares ou oceanos, não constituindo mundos separados na acepção da palavra.


Deste modo, podemos verificar a existência de nove mundos, conhecidos como os Nove Mundos da Mitologia Nórdica, que podem ser considerados os principais.



Ásgarðr - Reino dos Aesir (seres ligados à natureza) , lar dos deuses mais relacionados à assuntos de caráter social (com exceção de Freyr, Njord e Freyja, que são deuses Vanir, portanto, mais ligados à assuntos relacionados à natureza).

Miðgarðr - Reino dos Humanos.

Jötunheim - Reino dos Gigantes Comuns ou Gigantes da Montanha, por se localizar numa montanha, é também reino de outros seres mitológicos, como trolls.

Muspelheim - Reino do Fogo, onde residem os Gigantes de Fogo.

Niflheim - Reino de Gelo, onde residem os Gigantes de Gelo. Neste mundo também está localizado Helgardh, o domicílio dos mortos

Vanaheim - Reino dos Vanir, deuses da natureza.

Álflheim - Reino dos Elfos de luz.

Svartalfheim - Reino dos Elfos escuros.

Helheim - Reino dos Mortos,onde vão aqueles que morrem sem glória, por doenças ou por terem idade avançada.



Fonte Livro: "Dicionário Mitológico"


COSMOLOGIA NORDICA

A EDDA de Snorri é uma das fontes mais completas para entender a cosmologia escandinava. Nela, a parte do mundo habitada pelo homem é chamada de Midgard; os deuses habitam Asgard. A região marginal não habitada por humanos é denominada de Utgard e é separada de Midgard por rios.


Ao norte, localiza-se Jotunheim, onde se situa também o reino dos mortos, Hel. Ao sul localiza-se Muspell, apresentada como perigosa e que, segundo Rudolf Simek, teria sido influenciada pela religiosidade maniqueísta.



O centro do sistema cósmico é a árvore conhecida como YGGDRASILL (“cavalo de Odin”), uma referência ao fato de Odin ter se autoimolado nesta árvore (HÁVAMÁL 138).


Ela é o centro do universo e o divide em três regiões cósmicas distintas em um eixo vertical: o plano celestial dos deuses, o plano intermediário dos humanos e gigantes, o plano inferior dos mortos – o submundo. Apesar de este quadro cósmico ser tradicionalmente inferido pelas fontes, a relação de Yggdrasill com os nove mundos não é muito clara, sendo difícil estabelecer as fronteiras entre eles.


As imagens de reconstituições contemporâneas da cosmografia nórdica geralmente reproduzem os princípios básicos constantes nas duas EDDAS: uma gigantesca árvore, ladeada pelos diversos mundos e seres míticos. Um lobo corre atrás do carro da deusa Sol, enquanto outro persegue o deus Máni (Lua) (VAFÞRÚÐNISMÁL 23).


A parte superior, a copa da árvore, é ocupada por uma águia, logo acima de quatro cervos (GYLFAGINNING 16).


O seu tronco forma o mundo dos deuses, Asgard, do qual emerge uma ponte (Bifrost), que se liga à

Terra Média (Midgard), o mundo dos homens (GYLFAGINNING 41).



Nos contornos, um muro separa Midgard de Jotunheim, a terra dos gigantes.


Quatro anões demarcam os pontos cardeais, enquanto uma serpente abarca o mundo ao morder a própria cauda (Midgardsomr, arremessada ao oceano por Odin).



Logo abaixo, as raízes são envolvidas por outra serpente, Nidhogg, acompanhada por dezenas de pequenas serpentes. No mesmo nível, o cão Garm guarda as portas de Hel (GRIMNISMÁL 25–44).


Temos aqui representados os níveis básicos do cosmos nórdico, sendo três verticais (o mundo dos deuses, o dos homens e o submundo) e três horizontais (o mundo dos humanos, o dos gigantes e o oceano ocupado pela serpente).


Muitas pinturas e ilustrações desde o Oitocentos colocam em uma única imagem a concepção cosmológica dos escandinavos (essencialmente dentro do quadro a que nos referimos acima: um eixo vertical estruturado pela Yggdrasill e outro eixo, horizontal, definido pela Terra Média, oceano e terra dos gigantes), mas alguns escandinavistas atualmente estão questionando esse modelo de

interpretação, como Margaret Clunie Ros.


Para eles, tanto a ideia de uma AXIS vertical quanto a de três níveis e a posição celeste dos deuses foram influenciadas pelo cristianismo, não tendo base pagã, ou, ainda, as referências astronômicas da poesia escáldica foram influenciadas pela tradição clássica.


Não concordamos com esses pontos de vista, tendo como respaldo duas perspectivas: a de fontes visuais da Escandinávia da Era Viking e a de mitos de outras culturas.


Pedra de Altuna - Suécia

Na pedra de Altuna (Suécia, século XI), em uma das faces gravadas, percebemos nitidamente três cenas agrupadas em sentido vertical.


A primeira, situada no topo, com uma figura masculina com um pássaro no ombro e cortado por três linhas horizontais (sendo que na terceira ele apoia os pés), é interpretada como Odin (a esfera divina); o segundo nível, intermediário, contém a representação de um homem montado em um cavalo; no terceiro nível, temos a figura de

Thor pescando a serpente do mundo (submundo).















Pedra Rúnica de Sanda - Suécia



Parte superior de uma pedra rúnica encontrada em Sanda, Gotland, Suécia, datando da Era Viking , pensada para representar Odin , Thor e Freyr . A inscrição rúnica diz: 'Rodvisl e Farbjörn e Gunbjörn' (Museu de História Sueca / Historiska Museet, Estocolmo).



Na runestone de Sanda 1 (Suécia, Era Viking), logo acima de três figuras masculinas em movimento, no topo do monumento, foi gravado um nicho retangular, representando uma mulher e um homem sentados, além de um pássaro, possivelmente Odin e Frigg em seus tronos em Asgard.


Em outras estelas gotlandesas, como Hammar I, Ardre VIII e Tängergårda I, também podemos perceber claramente um conjunto de imagens em

níveis, sendo que o inferior é ocupado por embarcações e cenas de morte, enquanto o superior contém representações do Valhalla e de

Odin.


A existência de um pilar cósmico separando três zonas distintas – a celestial dos deuses, a intermediária dos homens e a inferior dos mortos – ocorre em diversos povos asiáticos, orientais, europeus, polinésios, africanos e americanos.


A base comum a todos eles seriam mitos xamânicos, mas sua difusão não seria necessariamente por contato cultural direto ou tendo uma origem fenomenológico- arquetípica, mas pela simples observação de fenômenos astronômicos.


A ideia de morada celestial dos principais deuses de quase todas as culturas do mundo é resultado da constatação da imensidão da abóbada celeste, que o cristianismo apenas referendou, sendo o simbolismo da transcendência (um ser divino morando nos céus), um

padrão observado em grande parte das mitologias euro-asiáticas, como já atestou Mircea Eliade.


E o simbolismo do centro (manifestado em montanhas, pilares e árvores cósmicas) seria basicamente advindo da observação da estrela polar (alfa da constelação da Ursa Menor) – que no hemisfério norte é quase fixa, pela proximidade com o polo celeste boreal –, sendo que as constelações parecem se movimentar em seu entorno, criando as figurações de prego, estaca, pilar, buraco no céu, centro do mundo, em grande parte das culturas euro-asiáticas e na Escandinávia da Era Viking.


Na arte ocidental, a primeira representação da cosmografia nórdica foi realizada em 1847 pelo dinamarquês Oluf Olufsen Bagge, na pintura YGGDRASILL, integrante do livro NORTHERN ANTIQUITIES.


Ela se tornou o modelo icônico para a visão contemporânea sobre a cosmografia dos antigos nórdicos, influenciando praticamente todas as imagens posteriores sobre o tema. O sucesso da imagem se deve, em parte, ao fato de ser extremamente policrômica, um fato inusitado para a maioria das ilustrações oitocentistas de temas da mitologia nórdica, que eram preponderantes em preto e branco. Bage utilizou cores muito fortes, como o verde, o azul e o marrom, criando um maravilhoso universo de sensações quase paradisíacas. O maior destaque, obviamente, é para a árvore Yggdrasill, o eixo do universo.


Na imagem, não existe qualquer alusão aos deuses, e os únicos animais retratados foram o dragão do mundo, circulando Midgard, e as serpentes de Hel, situadas nas raízes da árvore cósmica. O resultado geral da composição foi influenciado pelo referencial romântico do jardinismo, do bucolismo e da vida no campo, que se tornarão moda durante a época vitoriana.


Símbolos



Valknut como um nó de trevo



Valknut (em nórdico antigo , Valr "guerreiros mortos" e Knut "nó") é um símbolo religioso pertencente ao paganismo Nórdico e Germânico que consiste em três triângulos entrelaçados, também chamado de "Nó dos mortos" ou "Coração de Hrungnir" por aparecer em um mito ligado ao deus Þórr , com a morte do gigante Hrungnir . O Valknut tem como significado a morte e seus mistérios, sendo um símbolo de poder e magia, associado ao deus Odin , que desempenha um poder importante no ritual da morte, como definido na pedra de Hammars em Gotland .


Segundo alguns pesquisadores voltados aos estudos acadêmicos escandinavos, esse simbolo religioso também pode significar a conexão entre as deidades nórdicas, o cosmos e o destino humano, semelhante ao Herfjoturr, um tipo de magia onde o guerreiro por força de Odin, não poderia se mexer durante a batalha, conhecido como paralisia de guerra.


Hoje em dia o seu uso, é muito presente na religião Ásatrú , em que suas crenças se baseiam no paganismo nórdico.



Pedra de Hammars, Gotland, séc. VIII







Asgard


Asgard (em nórdico antigo: Ásgarðr) é o reino dos deuses, os Æsir, na mitologia nórdica, mundo separado do reino dos mortais, Midgard.


Asgard era, originalmente, conhecido como Godheim (o repouso dos deuses), pois os primeiros investigadores da mitologia confundiram o nome do mundo dos deuses com o seu castelo mais importante e, neste caso, Godheim se tornou Asgard em muitas fontes históricas.




Os muros que cercam Asgard foram construídos por um gigante (identificado frequentemente e equivocadamente como Hrimthurs). Como pagamento por seu trabalho, ele deveria receber a mão de Freya em casamento que é uma das deusas mais belas e também Deusa da fertilidade, do sol e da lua. O acordo só valeria desde que o trabalho fosse terminado dentro de seis dias. O gigante possuía um cavalo muito rápido e forte. Odin, que temia a perda das maças douradas da juventude, ameaçou matar Loki se ele não salvasse os deuses do trato. O trapaceiro transformou-se em uma égua e no último dia do acordo ele foi ao local, e seduziu o cavalo mágico do gigante, Svadilfari. Deste modo, o trabalho não foi terminado a tempo, e os deuses conseguiram evadir-se do pagamento. Loki em compensação pela "distração" do cavalo do gigante pariu Sleipnir, o cavalo de 8 patas que posteriormente, foi dado a Odin como um presente.


O guardião de Asgard é Heimdall. A planície de Hilda é o centro de Asgard. Os Æsir encontram-se lá para a discussão de temas importantes - os deuses masculinos reúnem-se em um salão chamado Gladsheim, e as deusas em um salão chamado Vingolf. Eles também encontram-se diariamente no Well of Urd, abaixo de Yggdrasil.



Alguns pesquisadores sugeriram que Asgard fosse um dos Nove Mundos ao redor da árvore Yggdrasil.

Na mitologia nórdica , Asgard é uma casa fortificada para a tribo de deuses Aesir localizada no céu.

Asgard consiste em reinos menores que não têm tantas representações em poemas mitológicos e prosa.

Asgard será totalmente destruída durante Ragnarök, e mais tarde restaurada após a renovação do mundo.




Asgard e Bifrost na interpretação de Otto Schenk do drama Das Rheingold de Wagner.


A palavra Asgard consiste nas palavras em nórdico antigo āss ("deus") e garðr ("cercado").

O último é crucial para a compreensão dos fundamentos culturais e religiosos da mitologia nórdica. Origina-se dos termos germânicos innangard ("dentro da cerca") e utangard ("além da cerca"). Innangard representa o estado ordenado de existência, enquanto utangard personifica o caos e a desordem. As paredes que cercam Asgard representam sua natureza ordeira e o modo de vida organizado dos deuses Aesir





Atestados

Edda em Verso


Völuspá

Völuspá , o primeiro poema da Poética Edda, fornece algumas das representações mais completas e precisas dos 12 reinos menores de Asgard, que incluem Breidablik , Valhalla e Thrudheim .


Ele também descreve a Yggdrasil , uma árvore mítica que conecta todos os Nove Mundos com Asgard localizado abaixo de uma de suas três raízes.


Finalmente, Völuspá fornece uma descrição vaga da localização de Iðavöllr , um dos locais de encontro mais comuns dos deuses Aesir.



Grímnismál

Grímnismál é um dos poemas mais curtos da Poética Edda. Ele contém uma breve descrição de Bifröst , um dos 12 reinos de Asgard que o conecta a Midgard .



Reinos em Asgard

Enquanto muitas fontes mencionam Asgard como consistindo de vários reinos distintos, apenas um punhado de sagas fornecem suas descrições.



Valhalla

Governado por Odin, Valhalla é fortificado com um salão dourado onde as almas de poderosos guerreiros chegam após suas mortes em batalha.


Também serve como um lar para as Valquírias que supervisionam as almas dos mortos e os guiam para Valhalla. Conforme atestado no Poético Edda, Odin reúne um exército, einherjar , para Ragnarök, onde seus guerreiros devem se juntar a ele na batalha.

Eles treinam diariamente um contra o outro para aprimorar suas habilidades de combate. No entanto, apenas metade daqueles que caíram em combate alcançam Valhalla. Os outros chegam a outro reino, Fólkvangr , onde a deusa Freyja reside.



Val-halla do nórdico antigo Valhöll "salão dos mortos") é um majestoso, enorme corredor localizado em Asgard , governado pelo deus Odin . Escolhidos por Odin, metade daqueles que morrem em combate viaja para Valhalla após a morte, liderada por valquírias , enquanto a outra metade vai para o campo da deusa FreyjaFólkvangr .


Em Valhalla, os guerreiros mortos se juntam às massas daqueles que morreram em combate (conhecidos como Einherjar ) e vários heróis e reis germânicos lendários , enquanto se preparam para ajudar Odin durante os eventos de Ragnarök .


Diante do corredor está a árvore dourada Glasir , e o teto do corredor é coberto por escudos dourados.


Várias criaturas vivem ao redor do Valhalla, como o cervo Eikþyrnir e a cabra Heiðrún , ambos descritos como estando no topo do Valhalla e consumindo a folhagem da árvore Læraðr .




Valhalla é atestado na Poética Edda , compilada no século 13 a partir de fontes tradicionais anteriores, na Prosa Edda (escrita no século 13 por Snorri Sturluson ), em Heimskringla (também escrita no século 13 por Snorri Sturluson) e em estrofes de um poema anônimo do século 10 comemorando a morte de Eric Bloodaxe conhecido como Eiríksmál conforme compilado em Fagrskinna . Valhalla inspirou várias obras de arte, títulos de publicações e elementos da cultura popular , e se tornou um termo sinônimo de salão marcial (ou não) dos mortos escolhidos.


Bifröst

Bifröst difere de outros reinos, pois conecta Asgard, o mundo dos deuses, com Midgard, o mundo das pessoas.

No Prose Edda, Snorri a descreve como uma ponte de arco-íris que começa em Himinbjörg.

The Poetic Edda finalmente prevê sua destruição em Ragnarök durante o ataque das forças de Muspelheim .



Fólkvangr

Fólkvangr é um reino de Asgard raramente descrito.


Além de aceitar metade dos mortos em batalhas, os principais habitantes de Fólkvangr incluem Freyja e suas duas filhas, Gersemi e Hnoss . Eles residem no salão principal, Sessrúmnir , que é decorado com ornamentos naturais.


Sagas na Edda Poética mencionam a rica flora e fauna de Fólkvangr, que se correlaciona com o amor de Freyja pela natureza e pelas criaturas selvagens.



Himinbjörg

Localizada na fronteira de Asgard, Himinbjörg é o lar do deus Heimdallr , que zela por Midgard e pela humanidade.

The Poetic Edda descreve Heimdallr como "bebendo hidromel fino" em Himinbjörg enquanto protege a ponte do arco-íris, Bifröst. Quando os inimigos de Muspelheim destruírem Bifröst, Heimdallr soprará em sua trompa Gjallarhorn para anunciar o início de Ragnarök.


Bilskírnir

De acordo com Grímnismál, Bilskírnir é o maior edifício e um dos reinos mais importantes de Asgard.

Ele contém 540 quartos e serve como residência de Thor, sua esposa Sif e seus muitos filhos.

No Prosa Edda, Snorri prevê a destruição parcial de Bilskirnir durante a batalha entre Thor e a Serpente Mundial Jörmungandr quando Ragnarok chegar.

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